[Nemésio Barxa]
Caros leitores, dileta diretora, o cúmulo e diversidade de acontecimentos dos últimos dias parece que proporcionam matéria e exigem um editorial adequado, mas sinto-me totalmente incapaz para assumir sua redação sumido como estou num sem viver, num desassossego, numa inquietação mentras busco no meu ADN galego de muitas gerações meu ponto de pirómano ou incendiário, desde que a nova conselheira de Medio Rural (nada sei de seus conhecimentos genéticos) manifestou que os incêndios ficavam no ADN dos galegos. Todo se me vai em buscar no meu ADN vestígios de essa minha suposta inclinação ao lume. Busco na minha infância, na minha mais ou menos atolondrada juventude e na minha sossegada senectude sem atopar indício de piromania. Ao tempo que me assusta pensar que nessa esculca confirme que não sou pirómano o que ainda seria pior pois já meu ADN não seria galego. Nestas ando, meus; nem demissões presidências nem genocídio em Gaza nem a subida do IPC… em nada podo pensar que não seja analisar meu ADN polo da piromania, palpar-me nos bolsos por se levo algo suscetível de fazer fogo e agachar na casa e no escritório qualquer elemento capaz de prender lume e mirar de reolho ao mais próximo por se saca um misto. Vaiche boa com a eleição de novos conselheiros.
